terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Hoje é só um dia menos bom


A fibromialgia é composta por várias nuances e por vários estados de espírito. A parte emocional acaba por ser fortemente afectada pela dor que não dá tréguas. Há dias em que essa dor é mais suportável. Há dias, como o de hoje, em que tudo parece doer a triplicar, até a alma. São dias mais cinzentos, dias de frio fruto de um Inverno nem sempre amigo. São dias de desânimo e de alienação. Como se, de repente, estivesse numa outra dimensão e não quisesse aceitar que tudo em mim dói. Sinto-me cansada. Tenho de pedir, continuamente, licença ao meu corpo para fazer o que quer que seja. Tenho as mãos geladas e as minhas costas mais parecem um muro de betão, com a única diferença de que os muros de betão não sentem dor. Há dias assim, em que me sinto a fraquejar, em que a dor me faz mesmo chorar, tal e qual como quando era criança e esfolava os joelhos. Há dias assim, em que a incompreensão afasta as palavras de conforto e carinho de que tanto precisava. Mas, são apenas dias menos bons. Não posso desistir. Não posso deixar a dor ganhar terreno nesta batalha. Tenho fé. Acredito que serei capaz, da mesma forma que acredito que amanhá estarei melhor, que amanhã serei melhor. Sei que a dor vai lá estar, esta minha fiel companheira, mas sei também que terei cada vez mais força para lhe fazer frente. Hoje é só um dia menos bom. Mas vai passar.

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