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terça-feira, 5 de janeiro de 2016

A minha experiência com o Reiki


Quando fui diagnosticada com fibromialgia, uma das terapias complementares que me aconselharam foi o Reiki. Dado os seus inúmeros benefícios, tais como, desbloquear canais energéticos, aliviar a dor e o desconforto, reduzir os níveis de stress e ansiedade, promover o equilíbrio energético, decidi experimentar e fiz mesmo o curso equivalente ao nível 1. O certo é que, logo da primeira vez que recebi Reiki, senti um alívio enorme, senti-me automaticamente mais relaxada e mais leve e, durante a sessão de tratamento, a dor aliviou bastante. Desde então, tenho praticado auto-reiki, aplicando Reiki a mim mesma, todos os dias. E tenho sentido melhorias, mais concretamente a nível emocional. Sinto-me mais calma e tranquila, menos ansiosa, e isso acaba por reflectir-se a nível do corpo físico. Não, as dores não passaram. Sim, o cansaço continua. Mas sinto-me mais serena, com mais força emocional para enfrentar os dias e para suportar a dor. Já não tenho crises de ansiedade como tinha, estou mais calma e tudo isso contribui para a melhoria da nossa condição.

Este é, tão só e apenas, o meu testemunho, aquilo que se passa comigo. Pode haver pessoas que se sintam melhores. E pode haver pessoas que não sentem melhoria absolutamente nenhuma. Como sempre digo, cada caso é um caso, cada pessoa é única e singular e, o que funciona com uns, pode não funcionar com outros.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Este corpo que grita


O meu corpo aprendeu a fazer uma série de coisas sozinho, sem o meu aval. Uma dessas coisas nada maravilhosas é gritar. Sim, o meu corpo aprendeu a gritar. Há dias em que não se cala um segundo que seja. Cada célula grita, num ritmo descompassado e frenético. É uma sucessão de gritos estridentes, em tons disformes. São gritos de dor, de uma dor que não consegue mais estar calada. São gritos de cansaço, gritos que ordenam a que eu me atire para o meio de chão e, também eu, comece a gritar. Há dias assim, em que a dor e o cansaço extremo fazem o meu corpo inteiro gritar. Gritar de desespero. Gritar de revolta. Gritar, tão somente, de cansaço. Há dias assim, em que o simples respirar dói e cansa. E o corpo grita e não se cala e quase me ensurdece e me leva à loucura. Há muito tempo que este meu corpo se tornou assim, desobediente, fazendo apenas aquilo que bem lhe apetece ou, neste caso, não fazendo aquilo que me apetece a mim. Por vezes, sinto que este meu corpo, que grita, deixou de ser meu. Entregou-se à dor, ao desespero, ao cansaço sem tréguas. Acho mesmo que o meu corpo deixou de ser meu. Descontrolou-se por esses caminhos sinuosos. Virou-me as costas. Zangou-se comigo. E a única maneira de me dizer tudo isso é gritando. E eu já não suporto mais ouvir estes gritos. Só queria dar-lhe sossego. Acalmar-lhe a dor. Devolver-lhe a força e a energia de outrora. Será que um dia vou conseguir? Será que, algum dia, o meu corpo irá fazer as pazes comigo e deixar de gritar e voltar a ser o que era? Tenho fé que, um dia, isso seja possível. Até lá, que Deus me ajude, que Deus nos ajude.

Cansaço



Hoje sinto-me cansada. Tão cansada. Como se o meu corpo pesasse uma tonelada. Como se levantar os braços fosse uma tarefa hercúlea. Como se o simples facto de respirar fosse um sacrifício. Sinto-me cansada. Tão cansada. Só tenho vontade de fechar os olhos e perder-me em pensamentos. Não fazer mais nada. Não escutar mais nada além das doces melodias que pairam nas minhas memórias. Apenas sonhar com o tempo em que não havia dor, nem cansaço, apenas vitalidade e energia que não acabava nunca. Que saudade desse tempo. Só damos valor às coisas quando as perdemos. Quando tinha essa energia toda, era preguiçosa, não queria fazer nada, não queria saber de fazer desporto ou, simplesmente, caminhar. Agora que tenho tanta vontade de fazer tudo isso o meu corpo não corresponde.
Hoje sinto-me cansada. Tão cansada. De um cansaço que não pára, que me envolve e me leva, que não me deixa sair do lugar. Sinto-me cansada. Tão cansada. Só quero ficar quieta, no meu silêncio. Não quero que me perturbem. Não quero que me culpem. Não quero que me chamem de preguiçosa. Não é preguiça, é cansaço. Não é preguiça, é fibromialgia. Resta-me a Fé, esta minha Fé que me salva, que me ajuda, dia após dia, a levantar da cama e a sorrir, mesmo que a dor não dê tréguas. É esta minha Fé que não me deixa cair, que me sustenta, que me impulsiona para a frente. Sinto-me cansada. Tão cansada. Mas amanhã estarei melhor. Tenho Fé que sim.


sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

A importância da tranquilidade


A fibromialgia está directamente relacionada com a parte emocional. Desta forma, quanto mais stressados estamos, pior. No meu caso concreto, noto logo que, quando me irrito ou preocupo em demasia, a intensidade da dor aumenta logo. Por isso, tenho tentado, nestes últimos tempos, ser mais serena e estar mais tranquila. Fiz o nível 1 de Reiki e tenho praticado auto-reiki diariamente e, de facto, sinto-me melhor. Sinto-me mais calma e tranquila e isso, aos poucos, vai influenciando tudo o resto. Estou a pensar também experimentar terapia sacrocraniana, dizem que ajuda imenso na fibromialgia.

Uma outra forma de relaxar é a meditação. Também faço meditação diariamente, por norma, antes de dormir. Sinto-me mais relaxada e consigo conciliar melhor o sono. Além disso, a meditação também promove o relaxamento físico, o que é óptimo para os nossos amigos músculos.

Se tiverem sugestões de mais métodos de relaxamento ou de terapias complementares que funcionem na fibromialgia, deixem nos comentários, por favor. Fiquem bem!

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Fibromialgia e Síndrome do Intestino Irritável


É muito comum fibromialgia e síndrome do intestino irritável (SII) andarem de mãos dadas. A síndrome do intestino irritável caracteriza-se por cólicas violentas e por alterações gastrointestinais (obstipação ou diarreia). Agora que fui diagnosticada percebo que a minha SII era já o primeiro sintoma da fibromialgia.

Há cerca de três anos atrás comecei a ter cólicas violentíssimas, diariamente. Eram dores horríveis que quase não me deixavam respirar. Além das dores, também tinha diarreia quase diariamente. Perdi peso. Sentia-me muito, muito cansada, quase não tinha forças para me levantar de manhã e ir trabalhar. Andei assim durante alguns meses pois pensava que seria do stress ou então de alguma coisa que eu comia e me fazia mal. Entretanto, resolvi ir ao médico, fiz uma série de exames e análises e estava tudo bem. Mas as cólicas e o desconforto abdominal continuavam. O médico chegou à conclusão que poderia ser SII e receitou-me uma medicação que, na altura, acalmou as crises (sei que um dos medicamentos que tomei era o librax e o outro não me recordo mesmo do nome, mas sei que era um relaxante para as paredes do intestino). Ainda hoje tenho crises de cólicas horríveis. Há semanas em que ando bem e há outras em que tenho cólicas todos os dias.

A reumatologista que me diagnosticou a fibromialgia disse-me logo que a minha SII estava relacionada com a doença. Agora percebo o motivo de tanta, tanta dor abdominal. Entretanto, fiz algumas alterações na minha dieta, como já referi no post anterior, e isso também tem ajudado a espaçar as crises de SII. Reduzir nos produtos lácteos e nos produtos com glúten pode ajudar. No entanto, cada caso é um caso. Nesta doença. como em muitas outras, não há verdades absolutas e o que pode acontecer ou funcionar com algumas pessoas, com outras pode não ser igual.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

A importância da alimentação


Como em qualquer patologia, aquilo que comemos tem grande importância e pode influenciar, directa ou indirectamente, o curso da mesma. Na fibromialgia não é diferente. A nossa alimentação, quando adequada, pode ajudar a combater sintomas como a fadiga e melhorar a força muscular.

O ideal será optar pelos alimentos naturais e reduzir a ingestão de processados, que contêm muito mais gordura e açúcar. Há quem opte por eliminar da dieta o glúten e a lactose, referindo melhorias. No entanto, para quem não quiser ser tão radical, pelo menos no início, pode optar por reduzir a ingestão de alguns alimentos e aumentar a ingestão de outros.

- Reduzir a ingestão de açúcar e de alimentos açucarados.
- Reduzir a ingestão de sal.
- Reduzir a ingestão de alimentos ricos em gordura.
- Reduzir a ingestão de carnes vermelhas.
- Optar pelas carnes brancas (frango, perú) e pelo peixe (em especial peixes gordos como o salmão, o carapau ou o atum).
- Aumentar a ingestão de frutas. Há estudos que referem que os citrinos podem não ser muito benéficos para os doentes com fibromialgia, uma vez que podem exacerbar os sintomas. Além disso, os citrinos são susceptíveis de provocar alergias e, como os doentes com fibromialgia têm uma maior propensão para as alergias, poderá ser por aí. No entanto, e sublinho, nada está devidamente confirmado. Assim como assim, podemos sempre optar por reduzir a ingestão de citrinos e substitui-los por outros frutos.
- Aumentar a ingestão de vegetais.
- Aumentar a ingestão de alimentos ricos em magnésio: banana, beterraba, grão-de-bico, feijão, ervilhas, lentilhas, aveia, frutos secos, trigo integral.
- Aumentar a ingestão de pão integral, massa integral, arroz integral, pois são mais ricos em nutrientes.
- Reduzir a ingestão de lacticínios, principalmente doentes que tenham também Síndrome do Intestino Irritável, uma vez que a lactose pode agravar os sintomas.
- Reduzir a ingestão de alimentos como tomate, pimentos e beringela. Estes alimentos contêm um grupo de alcalóides que inibe a reparação do colagénio em pessoas com dor do foro reumático e que aumenta a probabilidade de inflamação e, consequentemente, a dor. 
- Beber, pelo menos, 1,5 L de água por dia.
- Evitar o consumo de álcool (até porque este interfere com a acção de determinados medicamentos).
- Evitar beber café ou bebidas que contenham cafeína (a cafeína pode aumentar os níveis de stress e ansiedade e interferir, também, com a acção de alguns medicamentos); substituir estas bebidas por infusões de frutos ou de ervas é uma boa opção.

As alterações na dieta alimentar devem ser feitas de forma gradual. O que pode funcionar bem com uma pessoa, pode não ter o mesmo efeito com a outra. Seguir uma alimentação regrada e cuidada, com algumas das sugestões mencionadas, pode ajudar a reduzir a fadiga, melhorar o trânsito intestinal, melhorar o funcionamento do sistema cardiovascular. Repito que cada caso é um caso, por isso, o melhor é irmos experimentando aquilo que funciona com cada um de nós.

No meu caso concreto, já comecei a fazer algumas alterações na minha dieta. Reduzi a ingestão de café, bebo mais água e infusões, como mais pão escuro em vez de pão branco, como mais frutas e legumes (como não gosto muito de comer os legumes cozidos, coloco-os na sopa e depois passo tudo com a varinha mágica. assim custa menos!), reduzi a ingestão de lacticínios e deixei de comer iogurtes (e sinto-me muito melhor, principalmente a nível intestinal) e deixei de comer carnes vermelhas. Claro que ainda tenho muitas alterações a fazer, principalmente a nível da ingestão de doces. Sou um bocadinho gulosa e não resisto a doces.

O que aqui expus, tirando a minha experiência pessoal, foi fruto de pesquisa que fui fazendo. Espero que estas dicas vos possam ajudar. Qualquer sugestão, deixem nos comentários.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Benefícios da caminhada


Quando fui diagnosticada com fibromialgia, a minha reumatologista aconselhou-me a fazer uma caminhada diária de cerca de 30 a 45 minutos, pois esta apresenta inúmeros benefícios, não só para quem tem fibromialgia, mas para a população em geral. Alguns dos benefícios da caminhada são:

- Melhora a circulação sanguínea
- Reduz a pressão arterial
- Reduz os níveis de colesterol e de açúcar no sangue
- Fortalece os músculos
- Reduz os níveis de stress e ansiedade´
- Aumenta a sensação de bem-estar
- Ajuda a controlar o peso
- Ajuda a estabilizar os ciclos de sono

Desde que fui diagnosticada, faço uma caminhada todos os dias. E sinto-me bem. Claro que há dias em que me custa um pouco, principalmente quando durmo mal ou quando acordo muito cansada. Mas faço um esforço e vou. Além de fazer bem ao corpo, faz igualmente bem à mente, é uma forma de esvaziar a cabeça e pôr as ideias em ordem.

Por isso, o meu conselho é, se tiverem possibilidade e se o vosso corpo e a dor permitir, façam uma caminhada. Se não puder ser todos os dias, pelo menos dia sim, dia não. Nem que seja apenas 10 minutos. A minha mãe, como tem muitas dores nas pernas, não consegue fazer caminhadas muito longas, então, faz caminhadas de apenas 10 minutos, sempre é melhor do que nada. Experimentem.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Esta dor que nunca acaba


Fibromialgia é sinónimo de dor. É uma dor diferente de todas as dores. Já senti muitas dores. Quando fracturei um pé ainda criança (mais do que uma vez). Quando abri a cabeça. Quando tive uma cólica renal. Muitas dores já senti. Mas esta dor é diferente. É uma dor que dói mais. É uma dor que não se cansa de doer, deixando-nos, a nós, completamente cansados. É uma dor que dá vontade de chorar. Sim, é esta a melhor definição que encontrei para descrever esta dor: uma dor que dá vontade de chorar. Uma dor que não acaba nunca. Pode deixar-se enganar pela força dos comprimidos que engolimos, mas é sol de pouca dura. Logo, logo ela volta, ainda mais forte, ainda mais desumana. Esta dor que não acaba tira-me o sono e o discernimento, quase me leva à loucura. Pensar que terei de viver com ela o resto dos meus dias faz-me sentir calafrios e revolta, faz-me querer até desistir. Nunca tolerei muito bem a dor. Tenho um limiar de dor muito baixo. E agora que sinto esta dor descomunal é como se todo o meu corpo entrasse em colapso e se recusasse a reagir. Só quem padece do mesmo pode entender.

Como se já não bastasse esta dor, esta dor que dá vontade de chorar, ainda sou (somos) obrigada a suportar uma outra dor, a dor da alma, a dor da incompreensão. Poucos são aqueles que sabem, de facto, o que é a fibromialgia. Menos ainda são aqueles que a compreendem. Há pouca informação, poucos estudos divulgados, o que faz com esta doença (ou síndrome, se preferirem) seja tão menosprezada. E isso dá origem a reacções e comentários desrespeitosos e ignorantes por parte da sociedade. Por parte até daquelas pessoas que julgávamos amigas. E isso dói. A incompreensão dói. A não aceitação dói. Os comentários maldosos fazem doer. Tudo isto provoca dor na alma que, por sua vez, ainda aumenta mais a dor no corpo. E vou (vamos) vivendo assim, nesta dualidade de dores, tentando encontrar o equilíbrio nesta corda bamba, buscando forças em todos os cantinhos para não desistir.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Fibromialgia - Tratamento complementar


Aquando do estabelecimento do plano de tratamento para a fibromialgia, além do tratamento com a medicação, é também aconselhável outro tipo de tratamentos, tais como actividade física moderada, hidroterapia, Pilates, reiki ou acupunctura.

Exercício físico - É importante que os doentes com fibromialgia façam algum exercício físico. Continuar a exercitar os músculos é essencial. No entanto, deverá ser um exercício moderado e, se possível, com acompanhamento profissional. Em vez do exercício físico, é sempre possível optar por uma caminhada diária de 30 a 45 minutos. É o que eu tenho feito. Todos os dias faço uma caminhada de manhã e sinto que me faz bem. Mas falarei disto mais ao pormenor numa próxima vez.

Hidroterapia - A hidroterapia costuma ser muito eficaz, mais concretamente no relaxamento muscular e na correcção postural. Hidroterapia é diferente de hidroginástica. A hidroginástica pode, por vezes, ser mais agressiva, com movimentos que podem ser mais dolorosos. Por exemplo, a minha mãe (também fibromiálgica) começou a fazer hidroginástica e teve de desistir pois as aulas eram muito violentas, o professor muito pouco compreensivo e ela saía de lá com mais dores ainda. A hidroterapia é diferente pois pressupõe exercícios mais leves, que têm como principal objectivo o relaxamento muscular.

Pilates - A par com a hidroterapia, a minha reumatologista aconselhou-me a fazer aulas de Pilates. O Pilates, como visa o alongamento muscular, pode ser também um aliado do relaxamento e do alívio da dor. Em princípio, irei começar a praticar no início do próximo ano. Depois deixarei aqui o meu testemunho sobre isso.

Reiki - O Reiki é uma terapia complementar, de origem japonesa, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde e que consiste na imposição das mãos e da utilização e canalização da energia universal. Esta terapia tem como principais benefícios o alívio da dor, a diminuição dos níveis de ansiedade e stress, entre muitos outros. No caso da fibromialgia, esta terapia pode aliviar pontos de tensão e aliviar a dor, além de equilibrar o organismo como um todo. O Reiki deve ser aplicado por um terapeuta com formação para tal, ou então pela própria pessoa após a formação em Reiki. É por este motivo que irei fazer o primeiro nível de Reiki em breve. Depois darei aqui a minha opinião.

Acupunctura - A acupunctura é, também, uma terapia reconhecida pela OMS e amplamente utilizada no tratamento de várias patologias, tendo efeitos positivos comprovados. Há relatos de doentes com fibromialgia que referiram melhoria significativa após começarem a fazer sessões de acupunctura. Esta é uma terapia que também estou a pensar experimentar. Se o vier a fazer, poderei, depois, falar com mais certezas e dar uma opinião mais concreta.

Estes são apenas alguns dos tratamentos alternativos ou complementares que podem surtir um efeito positivo e contribuir para o alívio dos sintomas. Posteriormente, irei falar de cada um com mais detalhe e pormenor.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

A Medicação


Como já foi referido anteriormente, a fibromialgia não tem cura. É uma doença crónica com a qual os doentes que dela padecem terão de lidar o resto da vida. O tratamento efectuado é à base de medicação analgésica e relaxantes musculares. Depois, cada caso é uma caso, há pessoas a quem determinada medicação surte efeito e há outras a quem a mesma medicação não tem efeito algum.

No meu caso concreto, a reumatologista que me diagnosticou e que me acompanha prescreveu-me: 

- Tramal (analgésico)
- Flexiban (indicado para tratar os espasmos musculares associados com a dor aguda; ajuda no relaxamento muscular)
- Lyrica (esta medicação pode ser utilizada em mais do que uma patologia; no caso da fibromialgia é prescrita, essencialmente, para ajudar no alívio da dor)
- Duloxetina (mais conhecido pelo seu uso em caso de depressão, no nosso caso é utilizado em associação com a restante medicação também para ajudar a controlar a dor; nas pessoas com quadros prévios de depressão, esta medicação é fundamental).

Neste momento, e por opção (ou teimosia) minha, não estou a tomar a Duloxetina. Isto porque se trata de uma medicação que não é assim muito simpática, causa habituação (a Lyrica também) e tem alguns efeitos secundários não muito agradáveis. Talvez, um dia, tenha mesmo de vir a tomá-la mas, por enquanto, prefiro não o fazer.

Volto a referir que cada caso é um caso e cada especialista prescreve a medicação que acha mais correcta. Como em tudo na vida, não há duas pessoas iguais e a medicação não actua da mesma forma para todos, muito menos numa doença tão peculiar como a fibromialgia.

O aconselhado é que os doentes com fibromialgia sejam acompanhados por especialistas em reumatologia que, consoante a evolução dos sintomas e, principalmente, da dor, irão ajustar as dosagens da medicação.

Deixo, desde já, aberto este espaço (na caixa de comentários) a quem queira partilhar a sua experiência com a medicação que toma ou já tomou.

Amanhã irei falar sobre os tratamentos não medicamentosos como, por exemplo, hidroterapia e Pilates, que dizem também contribuir para o alívio dos sintomas da fibromialgia.

sábado, 5 de dezembro de 2015

Mas, afinal, o que é a Fibromialgia?

Fibromialgia - Definição

A Fibromialgia é uma doença crónica caracterizada por dor difusa e pela presença de pontos dolorosos (18 ao todo) em regiões anatomicamente definidas. Além da dor, sintomas como fadiga, perturbações do sono, alterações gastrointestinais (como a síndrome do intestino irritado) e distúrbios emocionais (como a ansiedade) fazem parte do quadro sintomático da fibromialgia.

A dor é, de facto, o sintoma mais flagrante e o mais difícil de suportar. Pode afectar várias partes do corpo e intensificar-se mais numas regiões do que noutras. No meu caso, afecta-me mais as costas e braços. No caso da minha mãe, afecta-lhe mais as pernas e as articulações dos joelhos, tornozelos e anca.



Pontos dolorosos

Diagnóstico

O diagnóstico da fibromialgia é feito por exclusão de partes, ou seja, é necessário despistar uma série de outras doenças compatíveis com os sintomas através de vários exames e análises sanguíneas. Se esses exames e análises registarem valores normais e se a pessoa apresentar os sintomas acima descritos acompanhados de, pelo menos, 12 pontos dolorosos, é estabelecido o diagnóstico de fibromialgia.


Tratamento

A fibromialgia não tem cura. O tratamento consiste no alívio dos sintomas através de medicação analgésica e de relaxantes musculares, associados a actividade física moderada (como caminhadas ou hidroterapia) e a um estilo de vida calmo e sem grandes perturbações, uma vez que a parte emocional está directamente relacionada com o agravamento dos sintomas. Nos últimos tempos, a medicina alternativa tem vindo a apresentar tratamentos complementares, como acupunctura e Reiki, que dizem ter algum efeito na melhoria dos sintomas.


A incompreensão

Por ser uma doença que não pode ser comprovada através de exames concretos, a fibromialgia ainda é olhada de lado por muitas pessoas, inclusive pelos próprios profissionais de saúde. Este facto aliado à pouca informação e aos poucos estudos que ainda há neste campo, faz com que os doentes com fibromialgia sejam, muitas vezes, incompreendidos e até desrespeitados. Muitas e muitas vezes são apelidados de preguiçosos e outras coisas que tal. Infelizmente, a ignorância ainda é muita e quem não sabe também não faz um esforço para se informar e tentar, pelo menos, compreender um pouco do tormento que é viver 24 horas por dia com dores e cansaço.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Como tudo começou


Tudo começou no início deste ano que agora termina. Dores nas costas. Muitas, horríveis, dores como nunca antes tinha sentido. Pensei que estivesse a ficar doente. Gripe. O inicio de uma pneumonia, talvez. Custava-me respirar. Ida ao médico, raio-x ao tórax, tudo normal. Mais umas semanas a sofrer. Noites sem dormir, não conseguia encontrar uma posição em que não tivesse dores. Começaram a doer-me também os braços. Comecei a sentir formigueiros e falta de força. Comecei a acordar sempre mais cansada do que aquilo que me deitava (isto quando conseguia dormir um par de horas). Nova ida ao médico. Outro raio-x, uma TAC à coluna. Presença de hérnia discal de tamanho pequeno, incompatível com as dores que eu sentia. Fisioterapia. Três meses de fisioterapia. Três meses de sofrimento atroz a cada sessão. De cada vez que me tocavam nas costas só me apetecia chorar e gritar, tal era o desespero e a dor. Três meses depois, as dores continuavam. Cada vez mais fortes. Cada vez mais incapacitantes. Chegava a chorar porque não me sentia bem, porque não sabia o que tinha, era um mal-estar tão grande, tão grande, que parecia que ia morrer a qualquer momento. A fadiga era cada vez maior. Comecei a ficar ansiosa. Crises de ansiedade. O que resultava em mais dores ainda. Nova ida ao médico. Análises a tudo e mais alguma coisa. A possibilidade de neoplasia foi colocada em cima da mesa. Tive medo, tanto medo. Resultado das análises normais. Decidi marcar consulta com a reumatologista que tem acompanhado a minha mãe (também fibromiálgica). Prescrição de mais análises. Resultados normais. Teste físico. 16 pontos dolorosos (são 18, ao todo). Depois da associação de todos os sintomas, depois do despiste de todas as doenças, depois do teste físico positivo, o diagnóstico era apenas um: fibromialgia. Aliado às dores e à fadiga, tenho síndrome do intestino irritado, diagnosticado há já dois anos. Na altura, tinha cólicas horríveis, todos os dias. Fiz um tratamento que atenuou a dor, mas continuo com cólicas fortes frequentemente. Chegamos à conclusão que esse foi o primeiro sintoma da doença.

Ainda é tudo muito recente. Confesso que ainda não caí bem em mim. De cada vez que penso que terei de viver com dores o resto dos meus dias, sejam eles muitos ou poucos, dá-me calafrios e vontade de fugir. Não sei como será a minha vida daqui para a frente. Não sei que limitações esta doença me trará num futuro próximo. Sinto-me ainda como que anestesiada. Nunca pensei vir a ter uma doença crónica, quanto mais uma doença crónica que me provocasse tanta dor. Dor física e, não menos importante, dor emocional. Dor na alma face à incompreensão dos outros. Dor na alma face a comentários maldosos do género: isso não é doença, é preguiça e mimo. Sei que será um caminho difícil este. Espero estar à altura deste desafio. Espero ter mais força do que esta maldita doença. E espero, de coração, poder ajudar outras pessoas na mesma situação. Porque acredito que, juntas, seremos mais fortes.